11 características do aprendiz autônomo — a 4 é a mais difícil
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Uma pessoa educada é “alguém que aprendeu como aprender; alguém que aprendeu a se adaptar e a mudar; alguém que entendeu que nenhum conhecimento é seguro, e que apenas o processo de buscar o conhecimento fornece uma base para a segurança”.
A visão acima é de Carl Rogers, psicólogo criador da Abordagem Centrada na Pessoa e professor de ninguém menos que Marshall Rosenberg, idealizador da Comunicação Não-Violenta.
Este é um dos tópicos mais profundos do meu trabalho: escavar continuamente para encontrar novas possibilidades de contorno a respeito do que é educação.
Você já parou pra pensar em qual é o propósito da educação pra você?
No mesmo artigo do qual extraí a citação acima, existe uma lista pontuando as 11 características do aprendiz autônomo.
Se você me acompanha por aqui, já deve saber que minha visão educacional está intimamente conectada ao propósito de gerar seres humanos autônomos — ou, dito de outra forma, autodirigidos, capazes de conduzir e organizar o próprio processo de aprendizagem e a própria vida.
Dá uma olhada na lista:
11 características do aprendiz autônomo
- Eles gostam de planejar com antecedência — um dia, uma semana, um mês — e também períodos mais longos.
- Eles geralmente seguem seu planejamento, modificando-o ao longo do percurso, mas nunca abandonando um plano sem aprimorá-lo para que seja mais conveniente e para ajudá-los a persistirem.
- Eles organizam suas vidas para fazer o melhor uso possível do tempo — o ingrediente mais crítico do estudo independente bem-sucedido.
- Eles entendem que não podem começar uma nova atividade ou aprendizado sem abandonar algo que antes ocupava o tempo que agora será dedicado ao estudo.
- Eles gostam de ler, escrever, ouvir e discutir.
- Eles têm a mente aberta para aprender coisas novas.
- Eles gostam de questionar, testar e analisar.
- Eles não têm medo de ser diferentes.
- Eles gostam de formar generalizações, buscar por princípios e encontrar as ideias estruturais básicas em qualquer assunto.
- Eles desenvolveram habilidades relacionadas a como fazer anotações, como se lembrar dos assuntos e como relacioná-los.
- Eles trabalham cooperativamente com os outros, mas gostam também de estar “por conta própria” no aprendizado.
E aí, se identificou?
O único risco ao se refletir profundamente sobre qual é o propósito da educação é perceber que quase tudo que nossas escolas e sistemas educacionais fazem está indo na direção errada.
Ainda assim — ou justamente por isso — , precisamos fazê-lo.
Se você quiser se aprofundar nesse tema, vou deixar aqui duas indicações:
- 11 novas categorias de hábitos de aprendizagem: um texto que publiquei no fim do ano passado detalhando várias habilidades (ou hábitos) que um processo de “aprender a aprender” deve estimular no aprendiz
- What does it mean to be educated? (“O que significa ser educado?” em tradução livre): um dos meus favoritos do Blake Boles, autor do livro A Arte da Aprendizagem Autodirigida, que traduzi para o português alguns anos atrás. Se você ainda não teve acesso ao livro traduzido, baixe o PDF gratuitamente aqui.
Referências
- “Toward a Theory of Independent Learning and Teaching”, de Michael Grahame Moore, publicado em 1973. Indicado pelo meu parceiro Conrado Schlochauer. Obrigado!