3 motivos pelos quais aprender por conta própria nos parece difícil

1. Porque confundimos autonomia no aprendizado com aprender “sozinho”, e aprender sozinho é altamente desmotivador.
Aprender com autonomia é, também, colaborar e saber aceitar a colaboração do outro. É encontrar pessoas com interesses e paixões comuns e fazer algo com elas.
Sobre isso, vale muito a pena ler a reflexão de Daniel Lazaroni:
Sobre a minha (nossa?) dificuldade em pedir ajuda
2. Porque é preciso tomar suas próprias decisões e agir.
Decisões: o que vou estudar, como priorizar o que é mais importante, quais métodos vou utilizar, onde encontrar informações, com quem falar etc.
Ações: pedir ajuda, aceitar feedbacks, fazer pesquisa, criar projetos, testar hipóteses, formar grupos, convidar pessoas para serem mentores etc.
Na educação tradicional, não fomos acostumados a fazer essas coisas. Pior: aprendemos a ser passivos e a esperar pelo ensinamento — que vem sempre de alguém que “sabe mais” que a gente.
3. Porque a disciplina que nos foi apresentada na escola não foi conquistada, e sim imposta.
Existe uma baita diferença aí. Disciplina conquistada é aquela que construímos ao longo do tempo porque queremos produzir algo, porque aquilo realmente faz sentido pra nós.
Disciplina imposta é a que nos infligem para que aceitemos obedientemente as coisas que os outros acham que devemos saber/fazer/ser. Ou seja: heteronomia pura. Para aprendermos por conta própria, sermos capazes de aprofundar nossas investigações e entregar novas descobertas para o mundo, precisaremos reconstruir nosso senso de disciplina — numa perspectiva mais “de dentro pra fora” do que “de fora pra dentro”. Isso só se faz em liberdade.
A disciplina pode ser de dois tipos: a da orquestra e a do exército. Normalmente a disciplina das escolas e das famílias é deste segundo tipo, o que leva ao ódio. A disciplina da orquestra caracteriza-se por conjugar todos num mesmo espírito, e por permitir que cada um se desenvolva ao máximo. Já a disciplina do quartel precisa lidar com escravos, incapazes de apreciar a liberdade, inferiores, masoquistas. (Helena Singer)
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