A parafernália da avaliação
Ontem, em um talk do MoL Academy em que recebemos o Blake Boles, rolou uma pergunta sobre como se avalia o aprendizado de crianças em um contexto autodirigido.
A resposta dele foi maravilhosa. “A avaliação de alguém autodirigido é a seguinte: consigo realizar o que quero?”
Ao mesmo tempo e contrastando com essa simplicidade, crescem em número e complicação os instrumentos avaliativos na educação em escolas, universidades e empresas.
Quando foi que nos esquecemos das perguntas simples?
“Consigo fazer o que intenciono?” “Estou feliz nesse processo?” “Consigo manifestar minha criatividade?” “Tenho liberdade para descobrir meus próprios caminhos?” “Tenho apoio de uma rede para me jogar?” “Contribuo com a Vida ao fazer isso?”
“Diga-me como avalias e te direi quem és”. Os formatos de avaliação ditam como o sistema se comporta, basta ver como o vestibular opera uma massificação do conteudismo, especialmente no Ensino Médio.
Algumas empresas usam complexas lógicas de avaliação com seus colaboradores envolvendo ciclos de performance, feedbacks, alcance de metas e até algoritmos baseados em inteligência artificial e big data.
Talvez, com essa parafernália toda, elas consigam medir com precisão… as coisas erradas.
Não é difícil achar que estamos sendo produtivos (ou fingir isso) por fazermos rápida e inercialmente mais do mesmo.
Difícil é pensar e caminhar por novas trilhas que “farão as velhas se tornarem obsoletas”. Isso é aprendizado de verdade. E isso não se mede com réguas, de nenhuma espécie.
Por favor, vamos parar com a parafernália da avaliação. Deixemos as réguas e os números de lado para falar do que importa de verdade:
descobertas, sabedoria, criatividade, felicidade, abundância, autonomia, cuidado, amor, confiança.