Como aprendi marketing digital para sustentar financeiramente meu propósito
Precisamos falar sobre marketing digital.
Venho estudando o tema de maneira profunda e autodirigida há dois anos, ainda que eu esteja longe de me considerar um especialista.
Busquei esse caminho por estar cansado de lançar projetos autorais que não tinham sustentação financeira.
Todos esses projetos me ensinaram muito e eu sou enormemente grato a eles. Mas eu sempre precisava colocá-los em segundo plano porque, no fim do mês, chegavam os boletos.
Ou seja: eu não conseguia viver de corpo e alma aquilo que eu realmente acreditava e que me dava tesão.
Para um aprendiz autodirigido, isso é um fardo muito pesado.
E é exatamente isso que eu vejo acontecer com muitas pessoas com as quais converso nos universos da educação, do impacto social e ambiental e do empreendedorismo.
Elas carregam um peso nas costas porque não conseguem colocar o coração por inteiro em seus próprios projetos. O motivo? Suas iniciativas não as remuneram o suficiente para isso.
Algumas dessas mesmas pessoas olham para o marketing digital com desconfiança — ou até com desdém. Consideram um “pecado” usar técnicas e conhecimentos de marketing para promoverem seus projetos.
Isso é paradoxal pra mim, porque o marketing digital é um potente caminho para eliminar o peso de não conseguir viver do que se acredita.
Foi justamente o que aconteceu comigo.
Se você deseja criar um trabalho que espelhe seu propósito e que te dê tesão, é bem provável que você precise do marketing digital.
É bem provável, dependendo do que for, que você precise “produzir conteúdo” — prefiro a expressão “compartilhar aprendizados” — de forma contínua e consistente, utilizar táticas de captura de contatos (ou “leads”), fazer lançamentos de produtos digitais e até mesmo usar os famosos e polêmicos “gatilhos mentais”.
Tudo isso não é “pecado”, assim como ganhar dinheiro também não é. Assuma pra você mesmo: seu projeto autoral pode dar dinheiro, e não há nada de errado com isso.
Em vez de vilãs, estratégias de marketing digital são remédios. Se tomados na dose certa e com a posologia adequada, esses remédios podem evitar a morte prematura do seu propósito antes mesmo que ele se manifeste concretamente no mundo.
Como todo medicamento, o marketing digital também pode ter efeitos colaterais, especialmente se utilizado em excesso. No caso, esses efeitos são sentidos na sua imagem perante o seu público.
Sendo um habitante da internet, você provavelmente já presenciou cenas como promessas milagrosas, pressão exagerada para vender, aulas que mais parecem “cultos”, títulos de post enganosos etc.
Infelizmente, é comum ver o marketing digital destruir a autenticidade de quem o aplica em dosagens infladas.
Apesar disso, não podemos jogar o bebê fora com a água do banho. Aprender marketing digital de uma maneira que respeite — e até potencialize — sua autenticidade é essencial para que você consiga não apenas tirar seu projeto do papel, mas também fazer ele parar de pé.
CEP+R do marketing digital
A seguir, proponho uma curadoria baseada no CEP+R (Conteúdos, Experiências, Pessoas e Redes) para te ajudar nos seus primeiros passos aprendendo marketing digital.
Conteúdos
- Livro “A fórmula do lançamento”, de Jeff Walker (disponível em português na Amazon): foi o primeiro livro que li sobre o assunto e compensa MUITO. O Jeff Walker foi o primeiro a sistematizar o método de lançamento de produtos digitais, muito antes do Erico Rocha popularizá-lo no Brasil.
- Blog da Rock Content: possui vários conteúdos gratuitos sobre diferentes áreas de marketing digital. Foi (e ainda é) uma fonte importante de consulta pra mim. Este guia introdutório sobre o tema que eles fizeram, por exemplo, é bastante completo.
Experiências
- Crie uma “isca” digital e comece a capturar leads: a tendência é que as pessoas queiram pagar pelo que você oferece quanto mais elas sejam impactadas positivamente por conteúdos e experiências gratuitas que você proporciona. É o gatilho da reciprocidade atuando. Um caminho para fazer isso é criar um ebook, uma aula gravada ou qualquer outro material online e gratuito que consiga atrair a atenção do seu público. Ao oferecê-lo, você pede em troca que a pessoa continue em contato por meio de algum canal seu (uma lista de e-mails ou um canal no Telegram, por exemplo).
- Comece a criar conteúdo com uma periodicidade definida: na medida em que novos leads (pessoas) forem chegando ao canal de contato que você estabeleceu, será importante continuar alimentando essa relação. Uma forma de fazer isso é compartilhando conteúdos como ferramentas, dicas, reflexões e tudo mais que for relevante para o contexto do seu público. Para que seu compartilhamento seja consistente, um caminho é definir uma periodicidade (diariamente, semanalmente ou quinzenalmente, por exemplo).
Pessoas
- André Camargo: o André foi a primeira pessoa que me falou mais profundamente sobre marketing digital. Ao longo do tempo, além de amigo, ele se tornou um mentor pra mim nessa área.
- Seth Godin: gosto muito da visão de mundo e de educação dele, além dos insights sobre marketing. O blog dele é atualizado todos os dias e é possível assinar para receber os textos por e-mail (vale a pena).
- Erico Rocha: foi quem trouxe a fórmula de lançamento para o Brasil. Nunca fiz o curso dele e nem pretendo fazer, mas é interessante acompanhar os conteúdos gratuitos que ele cria e até mesmo os seus lançamentos, pois aí é possível ver como ele faz na prática.
Redes:
- Grupo Maestria (Victor Damásio): como eu comecei a estudar marketing digital por conta própria, tive certa dificuldade em encontrar redes de pessoas reunidas com o mesmo objetivo. Recentemente, entrei no Grupo Maestria, liderado pelo Victor Damásio. É um grupo pago (cerca de R$ 1.000,00 por ano), mas até o momento está sendo uma experiência bem interessante. O mais legal é poder aprender a partir dos desafios reais de outros empreendedores e ter ajuda quando estamos diante dos nossos próprios desafios.
- Crie o seu próprio grupo de estudos sobre marketing digital: afinal, por que não? Você provavelmente conhece outras pessoas que querem se sustentar financeiramente a partir de seus projetos. Para isso, como vimos, é importante não “demonizar” o marketing. Criar esse grupo pode ser tão simples quanto convidar as pessoas, fazer um grupo no Whatsapp e definir um primeiro “objeto” de estudo compartilhado (recomendo para isso o livro do Jeff Walker que indiquei acima, mas pode ser qualquer outro). A partir daí, o grupo pode se encontrar periodicamente para dividir reflexões e aprendizados e se apoiar no processo.
Por muito tempo, eu tive preconceito com o marketing digital. Demorou bastante até que eu conseguisse superar minhas crenças de “não posso ganhar dinheiro” e “se eu aplicar esse conhecimento, vou me tornar mais um desses marqueteiros desprezíveis”.
Espero que este texto faça com que você não demore tanto quanto eu.
No fundo, eu estava apegado a uma certa visão sobre o assunto. E, como já escrevi aqui, o apego ao que achamos que “sabemos” bloqueia a aprendizagem.
Faz sentido? Me conta como tudo isso chega pra você?