Desafio #12: Pare de concordar ou discordar por um dia

[Desafio 30 Dias de Hábitos de Aprendizagem]

Alex Bretas
4 min readApr 22, 2020

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Conjunto: Escuta

O que é esse desafio?

Esse hábito pode ser descrito assim (“loop do hábito” de Charles Duhigg):

  • Deixa: toda vez que você está em uma conversa ou reunião
  • Rotina: não concordar ou discordar logo de cara com o que é dito
  • Recompensa: maior entendimento, conexão

Isso é o oposto de:

  • Deixa: toda vez que você está em uma conversa ou reunião
  • Rotina: apressar-se em concordar ou discordar com o que é dito
  • Recompensa: manter o ego intacto, não precisar se esforçar para compreender o outro

Por que esse desafio é importante?

Quando alguém nos diz alguma coisa, em vez de escutar até o fim logo começamos a comparar o que está sendo dito com ideias e referenciais que já temos. Esse processo mental — que chamo de automatismo concordo-discordo — quando levado a extremos é muito limitante. Ouvir até o fim, sem concordar nem discordar, tornou-se extremamente difícil para todos nós. Não sabemos ficar — mesmo de modo temporário — entre o conhecido e o desconhecido. Confundimos o desconhecido com o nada e por isso o tememos.

O automatismo concordo-discordo é uma das manifestações mais poderosas do condicionamento de nossa mente pelo pensamento linear, isto é, pelo modelo mental ou/ou, — a lógica binária do sim/não.

Tanto faz discordar ou concordar: o que é realmente limitante é a reação instantânea, automática, linear, do tipo sim/não. É ela que fecha a nossa razão, que faz com que não possamos suspender, nem mesmo momentaneamente, nossos pressupostos e julgamentos. Desse modo, impede-nos de fazer escolhas além das programadas. (Humberto Mariotti)

Uma das coisas que mais prejudica a escuta é o hábito de reduzir o que o outro está nos dizendo a partir de caixinhas binárias como “concordo” e “discordo”, “gosto” e “não gosto”, “certo” e “errado”, “bom” e “ruim”, “funciona” e “não funciona”, “acredito” e “não acredito” etc.

Uma conversa com muito “concordo” e “discordo” é uma conversa com pouca aprendizagem. Concordar/discordar é uma maneira de proteger nosso ego do pensamento do outro. Segundo Humberto Mariotti, se nossa mente tem a tendência natural de reduzir as experiências do mundo para conseguir compreendê-las, é desejável que façamos uma “reampliação” dessas percepções a partir da interação com o outro.

Esse ato de reampliar, condição necessária para sermos capazes de enxergar a complexidade, só se faz a partir do diálogo, isto é, um tipo de conversa que evita o “concordo/discordo”.

Como fazer?

  • Concordar/discordar é um hábito instalado há muito tempo em nós. Em alguns momentos ele é útil, mas em muitos outros ele impede a aprendizagem. Como todo hábito, para mudá-lo é necessário substitui-lo por alguma outra coisa.
  • O roteiro abaixo pode ajudar nesse sentido.
  • É comum retornarmos aos nossos hábitos mais arraigados especialmente quando estamos cansados, estressados ou, de maneira geral, com pouca disposição e energia — é por isso que é mais comum roer unha ou assaltar a geladeira depois de um dia difícil no trabalho. Com o hábito do “concordo/discordo” não é diferente. Por isso, é importante se perguntar o quanto você está verdadeiramente disposto a sustentar uma conversa em determinado momento. Às vezes, você pode descobrir que não está disposto, e tudo bem.
  • Experimente com as estratégias do roteiro acima e veja como se sente e o que acontece. Não é fácil evitar o “concordo/discordo”, mas quanto mais praticamos, menos difícil é.

Resumo do desafio

  • Toda vez que sua mente te falar para concordar ou discordar, inspire e expire profundamente.
  • Experimente com diferentes estratégias para evitar o “concordo/discordo”
  • Perceba o quanto você se sente com energia para ter uma conversa

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Alex Bretas
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Written by Alex Bretas

Alex Bretas é escritor, palestrante e fundador do Mol, a maior comunidade de aprendizagem autodirigida do Brasil. Saiba mais em www.alexbretas.com.

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