Educação não é cirurgia plástica, o máximo que pode ser é personal trainer
Líderes e educadores insistem em enxergar o aprendizado como cirurgia plástica.
Conhecimentos são implantados como silicone, comportamentos são esculpidos com bisturi e hábitos ruins são eliminados via lipoaspiração.
Talvez por isso as escolas e as salas de treinamento nas empresas se pareçam com hospitais — já reparou que a luz branca intensa é a mesma?
Até existem pesquisadores tentando criar formas de estimular eletricamente o cérebro para fazer “download” de certos conhecimentos. Mas isso ainda é bastante experimental.
Enquanto isso, quem trabalha apoiando o aprendizado alheio não pode achar que faz cirurgia plástica.
Nenhuma trajetória de aprendizagem é igual a outra, mesmo nos assuntos mais técnicos e exatos. Cada pessoa constrói seu conhecimento a partir de seu próprio repertório e de suas motivações.
Nós podemos ser, no máximo, personal trainers. Estar ali para o outro, ampliar o comprometimento, orientar, dar dicas, mas sem atrapalhar.
Em quais momentos você já se viu exercendo o papel do “educador cirurgião plástico”, esperando implantar o conhecimento nas pessoas e moldá-las perfeitamente? E em quais momentos você já se viu como personal trainer?