Este não é um post sobre política

Porque o fascismo é, justamente, a negação da política.

Além de negá-la, o fascismo busca aniquilar a política, aniquilar a possibilidade de convivências divergentes, aniquilar a diferença em si — assim como a guerra pode ser vista como a falência do ser político.

Estamos em guerra. Este texto é sobre isso: guerra.

Mas muito se engana quem pensa que a guerra se dá por conta da “polarização”.

Não existe polarização. Pelo menos não como vemos por aí.

O que existe é um inimigo inventado.

Quer unir as pessoas em torno de suas vontades? Ofereça a elas um inimigo claro e diga que as protegerá.

Conte mentiras sobre esse inimigo. Mentiras cabeludas, que assustam as pessoas. Que afrontam a sua moral.

Não existem dois lados igualmente truculentos nessa história.

O que existe é uma série de gatilhos psicológicos (viés de confirmação, efeito de mera exposição, afronta à moral, prova social, memes, disseminação do medo, a própria criação de um inimigo dentre vários outros) sendo utilizados por um desses lados para se organizar uma seita fascista no país.

Governos autoritários: é em caso de reeleição que começam a mostrar suas asinhas de fato.

Nós temos uma chance de não deixar isso acontecer (de novo).

Para isso, precisaremos dela — da política.

Domingo, então, é 13.

Mesmo que você não goste do Lula (o João Amôedo também não gosta).

Mesmo que você tenha críticas ao PT (a Marina Silva também tem).

Mesmo que você pense que é a última saída (o Ciro Gomes também pensa).

Afinal, ninguém quer que o Brasil vire uma Venezuela.