Isto (Sobre Lifelong Learning) a Globo Não Mostra

Uma reflexão crítica sobre um dos pilares da educação do século XXI

Alex Bretas
2 min readOct 2, 2024

O lifelong learning tradicional serve ao status quo.

Sabe por quê?

  1. Condena as pessoas a um “(auto)patrulhamento eterno” (Julio Groppa) no que se refere ao próprio aprendizado.
  2. Esse autopatrulhamento gera um débito crescente — estamos sempre nos sentindo obsoletos perante as “mudanças exponenciais”.
  3. É comunicado geralmente em tom de ameaça: “se você não aprender, ficará para trás”.
  4. É (mais uma) fonte de ansiedade.
  5. Negligencia a curiosidade genuína em prol das “habilidades do mercado”.
  6. Parte dos “gaps” de desenvolvimento das pessoas em vez daquilo que as fascina.
  7. Coloca na conta do indivíduo o dever de aprender continuamente: agora, além de ter de vender sua força de trabalho, ele ainda precisa “se desenvolver” (dentro daquilo que as autoridades externas consideram importante).
  8. É focado em “habilidades” e “competências” que somente lubrificam as engrenagens do sistema em vez de questioná-lo.
  9. Torna as pessoas fazedoras compulsivas de cursos, gerando cada vez mais medo de descobrir por conta própria.
  10. É a reprodução da escola na vida adulta.

Não se engane: eu defendo o lifelong learning com unhas e dentes.

Mas, justamente por acreditar na força do aprendizado contínuo, não posso ser conivente com narrativas ingênuas sobre esse processo.

Aprender é se reencantar com o mundo. É o espaço da possibilidade. E é, também, um ato de resistência.

Se formos só aprender para reproduzir mais do mesmo, prefiro fazer outra coisa.

🤔 E você, concorda com essa ideia?

Ao ler a frase na imagem, qual sensação te atravessou? Me conta nos comentários.

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Alex Bretas
Alex Bretas

Written by Alex Bretas

Alex Bretas é escritor, palestrante e fundador do Mol, a maior comunidade de aprendizagem autodirigida do Brasil. Saiba mais em www.alexbretas.com.

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