Isto (Sobre Lifelong Learning) a Globo Não Mostra
Uma reflexão crítica sobre um dos pilares da educação do século XXI
O lifelong learning tradicional serve ao status quo.
Sabe por quê?
- Condena as pessoas a um “(auto)patrulhamento eterno” (Julio Groppa) no que se refere ao próprio aprendizado.
- Esse autopatrulhamento gera um débito crescente — estamos sempre nos sentindo obsoletos perante as “mudanças exponenciais”.
- É comunicado geralmente em tom de ameaça: “se você não aprender, ficará para trás”.
- É (mais uma) fonte de ansiedade.
- Negligencia a curiosidade genuína em prol das “habilidades do mercado”.
- Parte dos “gaps” de desenvolvimento das pessoas em vez daquilo que as fascina.
- Coloca na conta do indivíduo o dever de aprender continuamente: agora, além de ter de vender sua força de trabalho, ele ainda precisa “se desenvolver” (dentro daquilo que as autoridades externas consideram importante).
- É focado em “habilidades” e “competências” que somente lubrificam as engrenagens do sistema em vez de questioná-lo.
- Torna as pessoas fazedoras compulsivas de cursos, gerando cada vez mais medo de descobrir por conta própria.
- É a reprodução da escola na vida adulta.
Não se engane: eu defendo o lifelong learning com unhas e dentes.
Mas, justamente por acreditar na força do aprendizado contínuo, não posso ser conivente com narrativas ingênuas sobre esse processo.
Aprender é se reencantar com o mundo. É o espaço da possibilidade. E é, também, um ato de resistência.
Se formos só aprender para reproduzir mais do mesmo, prefiro fazer outra coisa.
🤔 E você, concorda com essa ideia?
Ao ler a frase na imagem, qual sensação te atravessou? Me conta nos comentários.