Multiversidade: 2º encontro — 21/11/16
Cocriando a universidade que sonhamos

Pouco mais de duas semanas após a reunião de apresentação da Multiversidade, fizemos um segundo encontro focado na cocriação do projeto. O objetivo foi reunir múltiplas perspectivas sobre a proposta com o intuito de começarmos a enxergar os padrões que sustentam a constituição da universidade.
Para possibilitar um ambiente de cocriação, utilizamos a abordagem do World Café, o que fez com que diversos pequenos grupos se formassem para conversar em torno de algumas perguntas norteadoras. As duas perguntas foram:
- Que educações maravilhosas eu já vivi e que ainda não vivi que seriam essenciais para a Multiversidade?
- Imagine a Multiversidade em pleno funcionamento e você sendo parte dela. O que você vê? O que sente? O que faz e o que não faz? O que você ouve enquanto caminha pelo espaço?




Mais de 30 pessoas atenderam ao chamado para conversar sobre essas questões. Após duas rodadas de diálogo, formamos um grande círculo para compartilharmos o que mais nos chamou atenção nas conversas.


Mais uma vez, a conversa em roda girou em torno da questão da diversidade, que já havia aparecido no primeiro encontro. Alguns alertas como “esta sala está muito branca” e “a linguagem que utilizamos é muito intelectualizada” serviram para intensificar em nós a preocupação com a criação de uma universidade realmente aberta a diversos públicos. Fazer isso não será fácil, mas se utilizarmos o poder das várias redes a que temos acesso, conseguiremos levar a mensagem da Multiversidade aos diferentes segmentos que queremos que ela abarque.
Durante as conversas do World Café, os grupos foram orientados a escrever e rabiscar os principais insights em folhas de flipchart. E eles realmente levaram isso a sério. O Jorge e a Paula — a quem agradeço imensamente — fizeram uma sistematização das ideias levantadas que pode ser vista abaixo:
Sistematização dos flips — 5 categorias:
O que se aprende / Como se aprende / Valores norteadores e princípios / Referências práticas e teóricas / Ambiência
O que se aprende:
- Autoconhecimento;
- Evolução espiritual;
- Autogestão;
- Autonomia;
- Interdisciplinar / transdisciplinar / várias áreas diferentes juntas;
- Despertar a paixão pelo conhecimento;
- Cada um descobre o seu jeito de aprender;
- Habilidades socioemocionais;
- Desaprender;
- Criatividade.
Como se aprende:
- Brincar;
- Prática / mão na massa;
- Sem imposição;
- Processos personalizados / sem currículo preestabelecido / montar o próprio programa;
- Conhecimento conectado com a emoção;
- Curiosidade + prática + estudo;
- Aproveitar os erros;
- Mentores +tutores + facilitadores;
- Relação mestre e aprendiz;
- Problemas reais;
- Troca de saberes;
- Avaliação (?) / desvinculação da ideia de prova / avaliação colaborativa e cultura de autoavaliação;
- Certificações e portfólios (?) / microcertificados;
- Processo seletivo (?);
- Palestras opcionais;
- Relação com pares (aprender, ensinar, acompanhar);
- Estímulo à produção de conteúdo;
- Comunidades de aprendizagem;
- Metas de aprendizado.
Valores norteadores e princípios:
- Corresponsabilização;
- Relações horizontais;
- Princípios claros e unidade comum;
- Modelos agregadores;
- Empreendedorismo social / mudança coletiva focada na esfera local;
- Acesso livre ao conhecimento;
- Curiosidade;
- Amor / as pessoas em primeiro lugar / cuidado / escuta ativa;
- Histórias e talentos individuais a serviço do grupo;
- Criação de um manifesto;
- Diversidade / diversidade de idades;
- Cooperação;
- Como a informalidade pode construir um projeto duradouro;
- Honrar o saber do outro;
- Todos podem aprender;
- Abrir espaço para o “não saber”.
- Mudança.
Referências práticas e teóricas
- Diferentes pedagogias;
- TAZ (zonas autônomas temporárias);
- Teoria U;
- Comunicação não violenta;
- Aprendizagem baseada em projetos (PBL);
- Educação integral;
- Princípio biocêntrico;
- Projeto Âncora;
- Cidade Escola Ayni;
- Projeto Araribá;
- Escola Politeia;
- Escola Lumiar;
- Projeto Minerva.
Ambiência
- Como criar uma cultura de aprendizagem;
- Ponto de encontro físico / presença;
- Multilugares;
- Vivenciar a cidade;
- Imersões;
- Roda / fogueira / “papo de cozinha”;
- Tempo de qualidade.

Fotos: Bruno Pinho e Alex Bretas.
Junte-se a nós!
A Multiversidade começará suas atividades em março de 2017 a partir de um grupo de 20 a 30 corajosos que decidirem embarcar juntos nessa jornada. Tem interesse em fazer parte? Então fala comigo no alexbretas11@gmail.com.
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