O encantamento surge da lenta contemplação

Alex Bretas
2 min readMay 20, 2022

Eu lembro a primeira vez que ouvi um dos meus álbuns preferidos do Soundgarden.

Era um dos poucos CDs originais que existiam na minha casa e eu devia ter uns 11 ou 12 anos.

Primeiro eu fui direto em uma música que já tinha escutado antes em um clipe na TV.

Fiquei saboreando aquela música por horas…

Dias…

Repetidamente.

A cada repetição, eu descobria novas nuances da música (a Nira Bessler escreveu um post interessante sobre isso esses dias).

O meu encantamento por aquela peça de arte aumentava cada vez mais, e cada vez mais rápido.

Em algum momento, eu me vi completamente comovido — sim, eu sou desses que se comove com músicas.

Lentamente, depois de muito me encantar com aquela primeira música do álbum, eu comecei a “dar uma chance” para algumas outras.

Quando dei por mim, eu já estava me encantando com mais três. Cinco. Oito. Todas…

(Tá, tem uma ou duas que realmente não me desceram)

Eu percebo que é assim que a gente se encanta pelas coisas. E é também assim que a gente aprende.

Não é uma progressão linear. E não é para ser apressado.

Já viu um bebê aprendendo a andar? Ele repete o mesmo movimento infinitas vezes.

Ali, naquelas inúmeras repetições do que para nós pode parecer uma atividade maçante, ele está se encantando por uma das músicas do seu disco preferido.

Quando menos, ele começará a “dar uma chance” para outras. E é assim que construirá o seu repertório único.

Deixemos que isso aconteça. Com os bebês e conosco.

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Alex Bretas

Alex Bretas é escritor, palestrante e fundador do Mol, a maior comunidade de aprendizagem autodirigida do Brasil. Saiba mais em www.alexbretas.com.