O mito de que é a mentalidade que molda o comportamento
Qual dos fatores abaixo você entende que mais influencia nossas ações (no aprendizado, no trabalho e na vida)?
- Hábitos
- Ambiente/contexto
- Mentalidade/força de vontade
É impressionante como persiste a crença de que a mentalidade é o principal fator de influência em nossos comportamentos.
“Você consegue”, “É só pensar positivo”, “Acredite em você mesmo”, “Só depende de você” são todas manifestações dessa idealização do fator mentalidade.
“Os alunos não estão prestando atenção nas aulas [então precisamos de castigos e pirotecnias pedagógicas]”, “Os colaboradores não engajam nos treinamentos [então precisamos ‘gamificar’ o processo]”, “As pessoas não estão se adaptando às mudanças [então precisamos ser mais duros, ou trocar as pessoas]”.
Tudo é a mesma ladainha de sempre.
A crença na supremacia da mentalidade/força de vontade ignora que os seres humanos não operam no mundo apenas com o seu córtex pré-frontal — o centro mais consciente e racional do cérebro -, mas sim com toda a sua aparelhagem neuronal e corporal — que inclui hábitos e costumes arraigados, traumas, símbolos, histórias e toda sorte de “irracionalidades”.
Além disso, a Ideia da Mentalidade Que Move Montanhas também se esquece do fato de que somos extremamente dependentes do ambiente/contexto (inclusive das influências de outras pessoas) para orientar nossas ações.
Nós imitamos o que outras pessoas pensam e fazem, somos atravessados pelas emocionalidades de nossas comunidades (apreciação e julgamento, por exemplo), procuramos não sair do padrão em quase tudo e vivemos nossa realidade de maneira gregária.
Não é que o mindset não é importante — é que outras coisas são consideravelmente mais importantes.
Obs.: para aprofundar nesse tema, sugiro este compartilhamento que pari a partir da minha jornada de aprendizagem autodirigida sobre hábitos.