O perigoso mito de que “desistir não é uma opção”

Alex Bretas
2 min readMay 24, 2022

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É claro que desistir precisa ser uma opção. Se não for, você acaba de criar uma prisão para você mesmo.

É o que muitos desses discursos de autoajuda, gestão, empreendedorismo, fitness e etc fazem.

No limite, isso não passa de mais uma crença escolarizante.

Desde muito cedo, fomos socializados a “não desistir”: no treino de karatê, no inglês, no dever de matemática e na própria permanência na escola (ou em qualquer outro espaço educacional formal).

Em uma camada mais profunda, o que se ouve é: “você será um fraco, inadequado, incapaz se desistir agora”.

Num lugar mais fundo ainda: “você não será aceito”.

Isso dói.

Dói tanto que muitos de nós ficamos fugindo das “desistências” a vida toda.

Mesmo que isso nos custe a nossa saúde, liberdade e autenticidade.

Mesmo que isso nos custe saborear a própria vida.

Mesmo que isso nos custe a descoberta de outros caminhos muito mais significativos.

Que o desistir possa ser enxergado como aquilo que realmente é — simplesmente mudar de rota.

Algo saudável, viável, potencialmente nutritivo. E humano.

Obs.: estou lendo o livro Why Greatness Cannot Be Planned, dos especialistas em inteligência artificial Kenneth Stanley e Joel Lehman. Nele, percebi que o buraco é mais embaixo — o culto do “desistir não é uma opção” é uma das faces da nossa cultura obcecada por objetivos.

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Alex Bretas
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Written by Alex Bretas

Alex Bretas é escritor, palestrante e fundador do Mol, a maior comunidade de aprendizagem autodirigida do Brasil. Saiba mais em www.alexbretas.com.

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