Procuram-se 50 aventureiros para fundar uma nova profissão

E se você se tornasse um Arquiteto de Aprendizagem Autodirigida? Save the date: 15 de março.

Alex Bretas
5 min readMar 9, 2021

[Baixe o PDF do infográfico acima clicando aqui]

Salve esta data: 15 de março de 2021 (também conhecida como segunda-feira que vem).

Se você acompanha o que eu faço, te peço 5 minutos do seu tempo para ler com calma o texto a seguir. O que vou te contar é uma mudança de rumos no meu trabalho que acho muito importante você saber.

Veja bem: aprender não é a mesma coisa que ser ensinado.

As crenças introjetadas em nós pela escolarização tradicional — o “currículo oculto” de que nos fala Ivan Illich — nos fizeram reproduzir uma visão de mundo linear, reducionista e heterodirigida.

Não é nada fácil se tornar o protagonista da sua própria educação quando o sistema por muito tempo nos colocou como coadjuvantes.

A chama da curiosidade vai sendo apagada. O desejo pela descoberta se perde em odiosas listas de presença.

Talvez você já saiba de tudo isso, porque é algo que eu venho falando em muitos de meus textos e livros — e não sou apenas eu.

Eu realmente ACREDITO que precisamos de uma revolução na educação.

Mas é revolução de verdade, e não mais uma reforma.

Não é “metodologia ativa”.

Não é “como manter os colaboradores engajados”.

Não é mais do mesmo.

Em 2014, eu lancei um financiamento coletivo para estudar profundamente o que “poderia ser” a educação.

Anos depois, após escrever alguns livros e vivenciar na pele alguns dos projetos educacionais mais incríveis que já conheci, eu criei uma VISÃO de como a aprendizagem pode ser.

Essa visão é sustentada por três ideias básicas:

  • Comunidade: “lugar” onde as pessoas se conectam profundamente umas com as outras e também a um propósito comum. Fonte de pertencimento e criação de valor individual e coletivo.
  • Aprendizagem: “botar pra fora” o conhecimento fazendo algo melhor do que antes (agradeço ao Conrado Schlochauer por essa definição). Mudar a si mesmo em uma direção percebida como positiva.
  • Autodirigida: conduzir o próprio caminho (de aprendizagem) com autonomia e assumir responsabilidade por ele. Ser o protagonista da própria história. Tomar decisões e agir sem se submeter.

Por meio de mais comunidades de aprendizagem autodirigida se multiplicando nos quatro cantos do Brasil e do mundo, conseguiremos realizar o sonho de revolucionar a educação.

Só que, pra isso acontecer, existe um problema.

Precisamos de mais projetistas e facilitadores que saibam como criar e sustentar esses espaços.

E fazer isso não é trivial.

Embora a capacidade de aprender de maneira autodirigida seja algo natural para o ser humano, praticamente todas as estratégias educacionais em universidades, empresas e escolas estão configuradas para gerar o contrário: heterodireção.

Heterodireção = o outro controlando o que, quando, como, com quem e até mesmo porque eu aprendo.

Em uma sociedade profundamente heterodirigida, até existem alguns poucos que se sobressaem e conseguem se tornar aprendizes autônomos.

(Albert Einstein, Marie Curie, Frida Kahlo e Bell Hooks estão nessa lista)

Mas essas pessoas nunca serão maioria se os espaços não forem repensados. Se a cultura não for reformulada. Se o “design” e até o propósito das arquiteturas educacionais não forem transformados.

Como fazer isso em escala?

A melhor resposta que tenho até agora é justamente o chamado que vou abrir na próxima segunda-feira, dia 15 de março.

Para revolucionar a educação, precisaremos de mais Arquitetos de Aprendizagem Autodirigida (AAAs).

Precisaremos de mais profissionais que consigam operar criando novas realidades educacionais. Novos mundos em que a autodireção deixe de ser a exceção e passe a ser a regra.

Novos mundos onde a liberdade para aprender está por trás de tudo.

Onde a descoberta é maior que a instrução.

Onde a coragem de se arriscar brota porque existe senso de comunidade.

Onde a conexão humana floresce.

Onde verdades distintas podem conviver.

Onde a apreciação é mais forte que a crítica.

Onde cada um se vê como um ser humano singular, dotado de talentos e interesses únicos.

Onde todos podem atingir a excelência, cada um a seu modo.

A humanidade vai ser um lugar muito, mas MUITO melhor se mais comunidades de aprendizagem autodirigida surgirem por aí.

E os Arquitetos é que vão criá-las.

Pode parecer pedante, mas eu acredito que os Arquitetos de Aprendizagem Autodirigida são uma nova profissão que irá mudar o mundo.

Eles dominarão, ao mesmo tempo:

  • Estratégias de criação e facilitação de comunidades, de modo a cultivar ambientes de confiança, conexão e pertencimento profundos
  • Estratégias de estímulo à aprendizagem, entendendo que “não importa o que eu sei, e sim o que você é capaz de descobrir”
  • Estratégias de incentivo à autodireção, com o objetivo de ajudar as pessoas a conquistar autonomia no aprendizado e na vida

Para preparar novos AAAs, eu resolvi mudar a trajetória que vinha trilhando desde o ano passado.

Em 2020, eu fundei o MoL (Masters of Learning), um programa de 10 semanas voltado para quem desejava viver jornadas de aprendizagem autodirigida na prática sobre qualquer tema de interesse.

A primeira edição do MoL contou também com uma versão estendida do programa, o MoL Academy, que já começava a abordar algumas noções introdutórias a respeito da criação e facilitação de comunidades de aprendizagem autodirigida.

Só que a parte do MoL Academy com esse enfoque de “formação” no ano passado durou apenas 1 mês. É muito pouco.

Até algumas semanas atrás, eu estava decidido a lançar uma nova turma do MoL (nos mesmos moldes da primeira edição) agora em março.

Mas uma estranha intuição me fez mudar de ideia.

Para construir novos mundos, precisamos de mais Arquitetos.

Quando me dei conta disso, no fundo eu já havia me decidido: não era um outro MoL que eu queria fazer.

Era um novo MoL Academy. Totalmente reformulado e muito mais profundo.

Uma verdadeira formação para novos Arquitetos de Aprendizagem Autodirigida.

É por isso que eu estou em busca de 50 pessoas aventureiras que queiram fundar junto comigo uma nova profissão.

50 novos Arquitetos que serão os pioneiros dessa abordagem no Brasil e no mundo.

Na próxima segunda, dia 15 de março, eu vou abrir inscrições para essa nova versão do MoL Academy.

Anota na sua agenda pra não esquecer.

Obs. 1: ainda ao longo desta semana, vou compartilhar aqui mais detalhes sobre o MoL Academy.

Obs. 2: minha escolha neste momento é por trabalhar com menos pessoas, mas de maneira mais estratégica. Por isso a limitação de 50 vagas. Se você tem interesse de se inscrever, não deixe pra depois.

Obs. 3: HOJE À NOITE (terça, 8 de março), irei oferecer um encontro no Zoom sobre como criar Desafios de Aprendizagem (uma das formas de se construir comunidades de aprendizagem autodirigida). O encontro tem um limite de 100 vagas e é totalmente gratuito, mas somente quem está inscrito no Desafio 10 Dias de Hábitos de Aprendizagem poderá participar. Para obter o link do encontro, tudo que você precisa fazer é entrar para o Desafio.

Saiba mais sobre mim e assine minha newsletter semanal em www.alexbretas.com.

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Alex Bretas

Alex Bretas é escritor, palestrante e fundador do Mol, a maior comunidade de aprendizagem autodirigida do Brasil. Saiba mais em www.alexbretas.com.