Sobre o poder transformador de dizer “não” e ficar tudo bem

Alex Bretas
2 min readJun 29, 2022

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Poder recusar algo e ficar tudo bem é uma experiência transformadora.

Se eu fosse professor de escola, a minha primeira aula seria um apelo apaixonado para que os meus alunos dissessem mais “nãos”.

— Aula de matemática? Não!

— Orações coordenadas sindéticas adversativas? Não!

— 5 x 50 minutos ouvindo adultos nos soterrarem de informações? Não!

O problema é que, se eles fizessem isso, o sistema iria expulsá-los.

Precisamos, então, redesenhar o sistema. As maneiras de se relacionar.

Como seria continuar se relacionando mesmo diante do “não”?

Mesmo diante da diferença? Mesmo diante do outro-indomável?

Como seria se relacionar sem querer domesticar? Cuidar sem querer controlar?

Quando eu digo “não” e percebo que está — realmente — tudo bem, a minha autodireção cresce.

É aí que eu constato que a minha autenticidade não é uma ameaça à continuidade das minhas relações.

A coragem para me aproximar de mim mesmo se amplia.

A minha liberdade se aprofunda. Eu consigo sentir, inclusive, o peso dela, pois ser livre às vezes é pesado.

E aqui está o paradoxo: quando eu sinto na carne essa experiência de aceitação, eu me torno mais apto para também aceitar o outro — inclusive os seus “nãos”.

Inclusive as suas recusas. Inclusive as suas diferenças.

Não teremos uma sociedade realmente inclusiva se continuarmos impondo aulas de matemática e orações coordenadas sindéticas adversativas.

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Alex Bretas
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Written by Alex Bretas

Alex Bretas é escritor, palestrante e fundador do Mol, a maior comunidade de aprendizagem autodirigida do Brasil. Saiba mais em www.alexbretas.com.

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