Sobre o poder transformador de dizer “não” e ficar tudo bem
Poder recusar algo e ficar tudo bem é uma experiência transformadora.
Se eu fosse professor de escola, a minha primeira aula seria um apelo apaixonado para que os meus alunos dissessem mais “nãos”.
— Aula de matemática? Não!
— Orações coordenadas sindéticas adversativas? Não!
— 5 x 50 minutos ouvindo adultos nos soterrarem de informações? Não!
O problema é que, se eles fizessem isso, o sistema iria expulsá-los.
Precisamos, então, redesenhar o sistema. As maneiras de se relacionar.
Como seria continuar se relacionando mesmo diante do “não”?
Mesmo diante da diferença? Mesmo diante do outro-indomável?
Como seria se relacionar sem querer domesticar? Cuidar sem querer controlar?
Quando eu digo “não” e percebo que está — realmente — tudo bem, a minha autodireção cresce.
É aí que eu constato que a minha autenticidade não é uma ameaça à continuidade das minhas relações.
A coragem para me aproximar de mim mesmo se amplia.
A minha liberdade se aprofunda. Eu consigo sentir, inclusive, o peso dela, pois ser livre às vezes é pesado.
E aqui está o paradoxo: quando eu sinto na carne essa experiência de aceitação, eu me torno mais apto para também aceitar o outro — inclusive os seus “nãos”.
Inclusive as suas recusas. Inclusive as suas diferenças.
Não teremos uma sociedade realmente inclusiva se continuarmos impondo aulas de matemática e orações coordenadas sindéticas adversativas.
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