Um exemplo claro da NÃO abertura para aprender
Como talvez você já saiba, tenho me aventurado em outros territórios de aprendizado, dentre eles o de relações não convencionais.
Em janeiro, publiquei um texto no O Futuro das Coisas sobre ciúme e, como eu já esperava, recebi alguns comentários um pouco arredios.
Um deles pode ser lido abaixo:
“Olha por mais que você seja livre para falar agir eu não concordo com relacionamento aberto se não consegue ficar só com quem se casou ou namora então fique só é pegando quem quiser respeito é uma parte do caráter trair é um ato nojento desprezível eu particularmente não aceito jamais ninguém é dono de ninguém mas essa de permitir que o outro tenha outros relacionamentos não pode haver amor”.
É engraçado como as pessoas se acham donas da verdade.
Imagino que, para a pessoa que escreveu o comentário, estar em um relacionamento aberto/não monogâmico não seja uma possibilidade.
Até aí tudo bem.
O problema começa quando essa mesma pessoa iguala a sua experiência/significado à experiência/significado do outro.
“Mas essa de permitir que o outro tenha outros relacionamentos não pode haver amor”.
Não pode? Pra quem?
Quando acreditamos que o outro precisa pensar e agir como a gente, que o outro dá significado ao mundo das mesmas formas que a gente, nós trucidamos o outro.
Simplesmente negamos a ele a possibilidade de existir.
“Tem que” ser assim, “tem que” fazer desse jeito, e por aí vai.
Arrogância pura.
Costumo falar muito nas minhas palestras e textos sobre a importância de se estar aberto para aprender.
O comentário acima é um exemplo claro do contrário.
“A visão de mundo mais perigosa é a daqueles que não viram o mundo” (Alexander von Humboldt — aprendi com o Leandro Karnal).