🪂 Como construir futuros porosos — uma das ideias do metadesign mais poderosas que já ouvi

Alex Bretas
2 min readFeb 20, 2024

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Deixa eu compartilhar com você uma ideia sobre metadesign que um amigo me contou e que me deixou boquiaberto.

Na verdade, só depois eu percebi que essa ideia vai muito além do que estávamos falando e se aplica a quase tudo que intencionamos fazer na vida.

Vamos supor que você é reitor ou reitora de uma universidade e, no campus, há um gramado 🌿

Você tem uma verba para construir coisas e pensa em utilizá-la para criar algo nesse local.

Como você faz? Já constrói hermeticamente alguma coisa lá — uma biblioteca, uma galeria de arte, um espaço de lazer?

Ou começa a perceber como as pessoas estudantes estão se relacionando com aquele gramado (e como gostariam de se relacionar) e, a partir disso, constrói coisas um pouco menos pretensiosas — e mais porosas e permeáveis ao que emerge?

Se você preferiu a segunda opção, parabéns, você já está pensando como um(a) metadesigner 🖐🏾

É porque assim: nossa arquitetura (literal e metaforicamente falando) é muito pesada.

Tijolo, concreto, cimento.

Outras culturas constroem de um jeito muito mais arejado e artesanal, com materiais mais leves.

Quanto mais leve, maior tende a ser a absorção sonora. Quanto mais pesado, maior o isolamento acústico.

Ou seja: se você pesar a mão demais, vai acabar criando algo totalmente desplugado do exterior, do real, do emergente.

🔕 Não vai ouvir os sons externos, somente as elucubrações de dentro.

Se pesarmos a mão em nossas construções, as pessoas se sentirão controladas, e ninguém gosta de ser controlade.

É por isso que a pessoa metadesigner é quem entendeu que deve “ativar mais do que determinar” (aprendi com o Caio Vassão).

Até porque, se estamos falando de pessoas, estamos falando de complexidade, e o complexo não é determinável.

Mas, veja: isso não é só sobre metadesign.

É sobre a vida também.

Pesar muito a mão nas suas maneiras de talhar o futuro não é inteligente.

Se você souber demais o que procura, pode ser que não seja encontrado pelo que te procura.

O futuro é mais taipa que cimento.

Obs.: agradeço ao meu querido amigo André Camargo por ter compartilhado comigo sua visão sobre o metadesign, e ao Caio Vassão por já ter desenvolvido um tanto de coisas incríveis nesse tema.

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Alex Bretas
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Written by Alex Bretas

Alex Bretas é escritor, palestrante e fundador do Mol, a maior comunidade de aprendizagem autodirigida do Brasil. Saiba mais em www.alexbretas.com.

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